sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Uma carta e um cigarro.



Se falar de amor não é fácil, para a Matilde torna-se uma tarefa quase impossível. Porque o amor é tudo e não é nada. "O amor é..." - escrevia Matilde na sua carta enquanto fumava o seu habitual cigarro. "...oxigénio, mas também pode ser um tampão para os meus pulmões. Posso morrer de amor, mesmo que não seja fácil amar-te. Posso esquecer-me do limite do sofrimento, mas não posso escolher deixar a vida passar por mim sem te amar. Amar é outra coisa. E o meu amor por ti é como uma fénix, nasce e renasce das cinzas até voltares do nada e incendiares-me toda por dentro com um simples "olá". Já tentei ficar bem depois de te ver partir, e depois do depois, quando já nem te sinto em mim novamente, pergunto-me, o que ficou no lugar do nosso amor? Porque amor é outra coisa e nós fomos qualquer coisa numa terra de estranhos que não sabem amar. E hoje, escrevo para ti, escrevo para que possamos os dois aprender a conjugar o verbo desistir. Por favor, ajuda-me. Eu não te quero mais na minha vida. Aceita as minhas palavras e salta do meu coração em andamento como se de um comboio expresso se tratasse, e por favor, não te magoes tanto como eu. Deixa-me partir e tentar como se fosse possível, terminar o puzzle do meu coração sem ti com peças de outras pessoas. Por fim, aceita que a nossa história de amor tinha de terminar, não por falta de sorte ou falta de amor. Simplesmente tinha de terminar... o meu amor por ti será sempre outra coisa. A vida sem ti será sempre outra coisa e esta carta de cor branca e letras tão macias não é uma despedida, é outra coisa..."
P.s: Amar só se ama uma vez.

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